A escolha do sítio de punção para o catéter de hemodiálise pode parecer uma questão simples, mas tem grande impacto na eficácia do procedimento e na saúde do paciente. O catéter de hemodiálise, por ser mais calibroso que os catéteres de acesso venoso convencionais, exige uma abordagem cuidadosa para garantir que o fluxo necessário seja alcançado, permitindo uma hemodiálise eficaz.
Neste post, vamos discutir as melhores opções de sítio de punção para catéter de hemodiálise, levando em consideração o fluxo, o risco de trombose e as complicações associadas a cada local.
1. Veia Jugular Interna Direita: A Melhor Opção
A veia jugular interna direita é a principal escolha para punção do catéter de hemodiálise. Isso se deve ao fato de que ela oferece um fluxo direto e eficiente para o coração, permitindo um bom desempenho da máquina de hemodiálise. Além disso, essa veia é mais calibrosa, facilitando o acesso e reduzindo o risco de complicações, como trombose.
Na prática clínica, em casos de pacientes graves com grandes riscos de piora, em que você já prevê possibilidade de TRS, recomendo sempre deixar a jugular interna direita disponível para o cateter de hemodiálise, dando preferência para o cateter profundo convencional na jugular esquerda, se possível.
2. Veia Jugular Interna Esquerda: Uma Alternativa, Mas com Riscos
Se a veia jugular interna direita não estiver disponível, a veia jugular interna esquerda é a segunda opção junto com a femoral. No entanto, é importante considerar que ela faz uma curva após a punção, o que pode comprometer o fluxo adequado para a máquina de hemodiálise. Esse risco de mau funcionamento do catéter pode prejudicar a eficácia da diálise, embora, na prática, seja possível realizar a punção nesse local.
Portanto, se a jugular direita não estiver acessível, a jugular interna esquerda pode ser uma boa escolha, desde que se tenha em mente o risco de fluxo inadequado.
3. Veia Femoral: Boa Opção, Mas com Maior Risco de Infecção
A punção da veia femoral também é uma alternativa viável, especialmente quando as opções das jugulares estão descartadas. A veia femoral tem um bom fluxo e pode ser uma boa escolha para pacientes em que outras veias estão comprometidas. No entanto, existe um risco maior de infecção. Logo, como a segunda opção você deve escolher entre a Veia Jugular Interna Esquerda ou a Veia Femoral, considerando que a jugular pode ter fluxo inadequado e a femoral com maior risco de infecção.
4. Veia Subclávia: A Última Opção
A punção da veia subclávia deve ser evitada sempre que possível, especialmente para catéteres de hemodiálise. Isso se deve ao risco elevado de sangramento, trombose e dificuldades na compressão, além de um possível comprometimento futuro da veia para confecção de fístulas arteriovenosas. Embora em casos extremos, a punção subclávia seja a última opção, a recomendação é utilizá-la apenas quando as outras alternativas não forem viáveis.
Nos últimos anos, não tenho realizado punções de catéter de hemodiálise na veia subclávia, e essa prática tem sido muito pouco utilizada, justamente devido aos riscos associados.
Resumo das Opções de Punção para Catéter de Hemodiálise
- Veia Jugular Interna Direita: A melhor opção, com bom fluxo e baixo risco de complicações.
- Veia Jugular Interna Esquerda: Alternativa viável, mas com risco de mau fluxo devido à curva da veia.
- Veia Femoral: Boa opção em casos de impossibilidade das jugulares, mas com risco maior de infecção.
- Veia Subclávia: Última opção devido ao alto risco de complicações como trombose e sangramentos.
Conclusão
Escolher o sítio de punção para o catéter de hemodiálise não é uma decisão trivial. Embora a veia jugular interna direita seja sempre a melhor escolha, é fundamental avaliar o estado clínico do paciente, a anatomia disponível e os riscos associados a cada opção. Com uma abordagem cuidadosa, é possível realizar o procedimento de forma segura e eficaz, garantindo o melhor resultado para o paciente.
Palavras-chave para SEO: catéter de hemodiálise, punção venosa, jugular interna direita, jugular interna esquerda, veia femoral, veia subclávia, hemodiálise, fluxo de catéter, risco de trombose, complicações na punção, acesso venoso profundo.