A fibrilação atrial é uma condição comumente encontrada na prática clínica, especialmente em cenários de emergência e terapia intensiva. Um dos principais dilemas ao tratar esses pacientes é decidir entre o controle de ritmo e o controle de frequência cardíaca. Neste artigo, vamos abordar como realizar o controle de frequência em pacientes com fibrilação atrial, destacando medicamentos, doses e estratégias.
Controle de Ritmo ou Controle de Frequência?
A decisão entre controlar o ritmo ou a frequência depende de diversos fatores:
- Pacientes com fibrilação atrial de início recente: Nesses casos, costuma-se optar pelo controle de ritmo, com tentativa de reversão.
- Pacientes com fibrilação atrial de duração desconhecida ou crônica: Geralmente, o controle de frequência é a abordagem preferida.
Estudos sugerem que não há diferença significativa nos desfechos entre o controle de ritmo e o controle de frequência. Isso torna o controle de frequência uma opção segura para pacientes que chegam ao pronto-socorro ou estão internados em unidades de terapia intensiva (UTIs).
Medicamentos para Controle de Frequência Cardíaca
A escolha do medicamento e da dose depende do estado hemodinâmico do paciente e da fração de ejeção ventricular.
Pacientes com Fração de Ejeção > 40%
- Betabloqueadores:
- Metoprolol: É uma das principais escolhas. Cada ampola contém 5 mg (5 ml). A dose varia de 2,5 a 10 mg, administrada de forma gradual:
- Inicie com 2,5 mg (meia ampola).
- Observe a resposta do paciente e ajuste conforme necessário, com doses adicionais até o máximo de 10 mg.
- É essencial monitorar a pressão arterial, especialmente em pacientes com tendência à hipotensão.
- Metoprolol: É uma das principais escolhas. Cada ampola contém 5 mg (5 ml). A dose varia de 2,5 a 10 mg, administrada de forma gradual:
- Bloqueadores dos Canais de Cálcio:
- Diltiazem e Verapamil: São boas opções, principalmente quando os betabloqueadores não são indicados ou eficazes.
- Deslanosídeo:
- É um digitálico útil para pacientes com pressão limítrofe ou tendência à hipotensão.
- Dose: Cada ampola contém 0,4 mg. A dose máxima é de 2 mg por dia.
- Administre uma ampola e observe. Caso necessário, administre doses adicionais até atingir o máximo permitido.
Pacientes com Fração de Ejeção < 40%
- Amiodarona:
- É a medicação preferida nesses casos, pois betabloqueadores e bloqueadores dos canais de cálcio são contraindicados.
- Dose de ataque: 150 mg infundidos em 10 minutos.
- Dose de manutenção: 0,5 a 1 mg por minuto, ajustada conforme a resposta do paciente.
Meta de Frequência Cardíaca
A meta para o controle de frequência em pacientes com fibrilação atrial é atingir cerca de 110 batimentos por minuto. Estudos indicam que essa faixa é segura e suficiente para estabilizar o paciente.
Conclusão
O controle de frequência é uma estratégia eficaz e segura para o manejo de pacientes com fibrilação atrial. A escolha do medicamento depende do estado clínico e da função ventricular do paciente. Monitorar cuidadosamente a resposta é essencial para ajustar a dose e evitar complicações.
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